Está a decorrer a 9.ª Feira Nacional de Doçaria em Abrantes. Durante o certame vai decorrer a exposição do “Palhinhas”, que parte de trabalhos criativos realizados com base na imaginação dos alunos do pré-escolar e das escolas 1º Ciclo do Ensino Básico do concelho, em que relatam as aventuras do personagem “Palhinhas” num dos locais emblemáticos de Abrantes.
Este é o Palhinhas da nossa escola.
E esta a nossa história:
O Palhinhas na cidade de Abrantes
Era uma vez, um menino de cabelo loiro e de cara morena chamado Palhinhas que morava em Stª Maria do Castelo. Um dia, veio visitar a cidade de Abrantes, que era a cidade onde ele tinha nascido. Quando chegou à cidade procurou um velho amigo, o João.
- Olá, está aqui alguém? - perguntou o Palhinhas ao bater à porta.
- Quem é? Tu, o Palhinhas! Viva!...
- Quem é? Tu, o Palhinhas! Viva!...
- Olá, João! Venho visitar a tua cidade como combinámos. Mas… Ufa, está muito calor!!! – disse o Palhinhas.
- Pois está, vamos à pastelaria “O Fradinho” bebemos uma água e depois vamos até ao castelo.
Ao chegarem ao castelo, subiram as escadas e viram tudo desarrumado. Ao verem assim o castelo de Abrantes, muito conhecido, decidiram arrumá-lo.
Eles puseram tudo no lugar, limparam o pó, varreram e… viram uma coisa a brilhar.
- O que é aquilo? – perguntou o Palhinhas.
- Não toques, deve ser perigoso. – disse o João.
Mas o Palhinhas insistiu e ao tocar, o chão onde eles estavam começou a cair.
- O que está a acontecer? – disse o Palhinhas.
E caíram, caíram …
- Calma está a parar. Olha, tanto pó amarelo aqui no chão! Parece ouro! Alguém viveu aqui e guardou todo este ouro. – disse o João.
O Palhinhas estava curioso e assustado, podia haver ali ladrões e ele queria era sair dali o mais rápido possível.
- E agora como é que saímos daqui? Deve haver algum botão escondido.
Procuraram, procuraram, até que o João disse:
- Encontrei-o. Está aqui!
Clicou e eles subiram.
-Boa! – disse o Palhinhas.
Quando parou estavam no meio de uma igreja.
Era a igreja de S. João. Alguém estava junto do altar a rezar. O Palhinhas reconheceu logo o seu irmão Henrique. O jovem era frade desde os seis anos de idade. Ele pediu aos seus pais para ser frade e eles deixaram. Ao vê-lo, o Palhinhas ficou muito contente. Abraçaram-se durante algum tempo.
O frade Henrique convidou o seu irmão e o amigo para se irem deliciar com a famosa “Palha de Abrantes”. Eles aceitaram e foram à pastelaria “O fradinho”.
Na pastelaria contaram ao jovem frade que tinham ido ao castelo e que tinham encontrado muito ouro. Estariam ricos?!
- Não. – disse o frade. Não é ouro. É um pó amarelo. Há um grande mistério sobre ele. Hoje já é tarde e eu tenho de ir para o convento, não vos posso contar.
No dia seguinte, o Palhinhas quando acordou não sabia onde estava. Lembrou-se então que o seu irmão o tinha levado para o convento de São Domingos, onde tinham passado a noite.
De repente, da sua cama, viu alguém que se escondia atrás de uma cortina que ficava atrás de um móvel. Ficou curioso, levantou-se e foi ver o que era. Nesse momento sentiu-se a escorregar e ficou cheio de medo. Quando olhou viu que estava nos claustros do Convento. Ficou muito admirado com a sua beleza.
Viu muitas crianças à sua volta e assustou-se novamente.
Uma das crianças do grupo, o Vicente, perguntou-lhe:
- Quem és tu?
- Sou o Palhinhas. Onde é que eu estou?
- Tu estás na biblioteca António Botto que fica situada dentro do Convento de S. Domingos. Queres vir comigo que eu mostro-te a biblioteca?
- Sim, adorava. - disse o Palhinhas muito feliz. - Mas eu não conheço ninguém aqui!
- Não faz mal, vais ver que não tarda e somos todos amigos.
O Palhinhas perguntou, ao Vicente, se podiam procurar na biblioteca um livro que lhe explicasse o que era o pó amarelo que ele e o seu amigo João tinham encontrado, no dia anterior, no castelo.
O Palhinhas contou toda a história do pó amarelo e de como o tinham encontrado à senhora da biblioteca.
Então a senhora começou a rir, a rir muito. Riu tanto que chorou a rir. Disse-lhes que eles tinham ido parar às cozinhas da pastelaria “O Fradinho” porque os povos antigos tinham feito umas passagens secretas que iam do castelo até outras partes da cidade e uma delas ia dar à pastelaria.
Conversaram durante mais algum tempo e o Palhinhas ficou a saber que o pó amarelo fazia muitas preciosidades. Era, nem mais nem menos do que, um pó utilizado na doçaria conventual e usado no fabrico da famosa “Palha de Abrantes.” Eram ovos desidratados...
Os ovos desidratados eram misturados com a calda de açúcar na confecção dos fios de ovos e depois envolvidos com amêndoa ralada. Iriam servir para o fabrico do tão apreciado doce tradicional de Abrantes.
Estava, assim, desvendado o mistério do pó amarelo.
O Palhinhas achou fantástica a sua aventura na cidade e adorou comer “Palha de Abrantes”.
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